O Discípulo a quem Jesus amava
ID
eab078
Idioma
PT
Duração total
00:35:50
Quantidade
1
Voz computadorizada
Sim
Passagens bíblicas
Jo
Descrição

Ernst-August Bremicker (EAB) nos leva junto, acompanhando a João, o "Discípulo a quem Jesus amava", em 5 etapas de sua vida relatadas no Evangelho segundo João. Um estimulo para cada um de nós a seguir ao Senhor em fidelidade. 5 Atitudes de João se destacam. Descubra quais são ao ouvir essa palestra super interessante.
Transcrição automática:
…
Queridos irmãos, leitores e amigos!
O DLC de São Paulo, Brasil,
lhes apresenta a seguir uma palestra de nosso irmão Ernst August Bremicher
dada em Aue, na Alemanha, sobre o tema
O discípulo a quem Jesus amava.
O original foi publicado no site audioteaching.org
e se você quiser ouvir o original em alemão, siga o link que está na
descrição.
Vamos ouvir agora o que o irmão tem a dizer sobre o discipulado com base no
exemplo de João, o discípulo a quem Jesus amava.
Amados irmãos!
Queremos ler algumas passagens do evangelho de João.
Em primeiro lugar, do capítulo 13.
João 13, versículo 21 até 25.
Tendo Jesus dito isto, turbou-se em espírito, e afirmou, dizendo,
Na verdade, na verdade vos digo que um de vós me há de trair.
Então os discípulos olhavam uns para os outros, duvidando de quem ele falava.
Ora, um de seus discípulos, aquele a quem Jesus amava, estava reclinado no seio de
Jesus.
Então Simão Pedro fez sinal a este, para que perguntasse quem era aquele de
quem ele falava.
E, inclinando-se-lhe sobre o peito de Jesus, disse-lhe, O Senhor, quem é?
Agora do capítulo 19.
João 19, versículo 25.
E junto à cruz de Jesus estava sua mãe, e a irmã de sua mãe, Maria mulher de
clopas, e Maria Madalena.
Ora Jesus, vendo ali sua mãe, e que o discípulo a quem ele amava estava
presente, disse a sua mãe, Minha mulher, eis aí o teu filho.
Depois disse ao discípulo, Veis aí tua mãe.
E desde aquela hora o discípulo a recebeu em sua casa.
João, capítulo 20, versículo 1.
E no primeiro dia da semana, Maria Madalena foi ao sepulcro de madrugada,
sendo ainda escuro, e viu a pedra tirada do sepulcro.
Correu, pois, e foi a Simão Pedro, e ao outro discípulo, a quem Jesus amava, e
disse-lhes, Levaram o Senhor do sepulcro, e não sabemos onde o puseram.
Então Pedro saiu com o outro discípulo, e foram ao sepulcro.
E os dois corriam juntos, mas o outro discípulo correu mais apressadamente do
que Pedro, e chegou primeiro ao sepulcro.
E, abaixando-se, viu no chão os lençóis, todavia não entrou.
Ainda do capítulo 21, versículo 4.
E, sendo já amanhã, Jesus se apresentou na praia, mas os discípulos não
conheceram que era Jesus.
E disse-lhes, Pois, Jesus, e filhos, tendes alguma coisa de comer?
Responderam-lhe, e não.
E ele lhes disse, Lançai a rede para o lado direito do barco, e achareis.
Lançaram-na, pois, e já não a podiam tirar, pela multidão dos peixes.
Então aquele discípulo, a quem Jesus amava, disse a Pedro, Zé o Senhor.
Por fim, lemos em João 21, versículo 19, segunda parte.
E, dito isto, disse-lhe, e segue-me.
E Pedro, voltando-se, viu que o seguia aquele discípulo a quem Jesus amava, e
que na ceia se recostara também sobre o seu peito, e que dissera, O Senhor, quem é
que te há de trair?
Vendo Pedro a este, disse a Jesus, O Senhor, e deste que será?
Disse-lhe Jesus, e se eu quero que ele fique até que eu venha, que te importa a ti?
Segue-me tu.
Até aqui a palavra de Deus.
Tenho a certeza de que já estão cientes do tema desta manhã, o discípulo a quem
Jesus amava.
Quem é este discípulo a quem Jesus amava?
É João.
Por que é que dizemos, com um certo grau de certeza, que é João?
Bem, João, o discípulo de Jesus, escreveu este Evangelho e, ao contrário dos três
primeiros Evangelhos, onde o seu nome João é mencionado frequentemente, o nome de
João, João o discípulo, não João Batista, este nome João não ocorre neste
Evangelho.
Por isso, é quase certo concluirmos que João se dá a si mesmo este título,
VU DISCÍPULO a quem Jesus amava.
Um belo título para dar a este discípulo.
É claro que isto desencadeia imediatamente a seguinte pergunta.
Será que o Senhor Jesus tinha um discípulo preferido?
João era o discípulo preferido do Senhor Jesus?
E a resposta a esta pergunta é não.
Jesus não tinha um discípulo preferido.
Ele não gostava mais de João do que dos outros discípulos.
O apóstolo Paulo exorta-nos em Filipenses 2 a termos o mesmo amor.
Ter o mesmo amor significa não fazer distinção no amor.
E se nós somos chamados a não fazer distinção no amor uns pelos outros, então penso que
é justificado assumirmos que o Senhor Jesus, o nosso exemplo perfeito, também não o fez.
Não, Jesus não fez nenhuma distinção no amor.
Ele amou os seus que estavam no mundo.
Amou-os até ao fim, e amou-os indiscriminadamente.
Mas João é aquele discípulo que tem uma consciência especial de que o Senhor Jesus
o ama.
João era o discípulo que desfrutou tão particularmente do amor do Senhor Jesus.
E por isso vale a pena meditarmos no que é dito nestas cinco passagens sobre este discípulo.
Aquele que valorizava tanto o amor do Senhor Jesus para consigo.
Antes de o fazermos, gostaria de dizer algumas coisas de caráter geral sobre esta expressão.
O discípulo a quem Jesus amava.
O discípulo.
O que é de fato um discípulo?
Usamos a palavra de vez em quando, mas será que temos uma ideia clara do que é um discípulo?
É frequente ouvirmos a resposta de que um discípulo é um seguidor do Senhor Jesus.
E uma resposta correta.
Mas esta resposta cobre apenas um terço daquilo que é um discípulo.
Um discípulo não é apenas um mero seguidor.
Um discípulo do Senhor Jesus é, antes de mais nada, um discípulo do Senhor Jesus.
Como isso?
Bom, a palavra grega para discípulo significa, de fato, aluno.
Alguém que está sendo instruído.
Alguém que está sendo ensinado.
Alguém que está a aprender.
Portanto, um discípulo do Senhor Jesus é alguém que aprende.
Essa é a primeira coisa.
Um discípulo é, em segundo lugar, alguém que segue a outra pessoa.
Ele segue o seu professor.
Portanto, é um seguidor.
Esse é o segundo terço do significado.
E o terceiro terço, um discípulo é aquele que serve o seu Senhor.
Estas são as três características de um discípulo.
Aprender, seguir, servir.
E também por esta ordem.
Bem, façamos a nós próprios a pergunta, somos nós verdadeiros discípulos do Senhor
Jesus?
Queremos sê-lo, é claro.
É fora de questão, não é?
E também é bom que esse desejo exista.
Mas será que somos discípulos do Senhor Jesus?
Estamos aprendendo com Ele?
Olhemos para o exemplo do Senhor Jesus.
Ele próprio disse, Aprendam de mim.
Será que nos deixamos instruir por Ele?
A primeira vez que a palavra discípulo aparece, se bem me lembro, estou citando-o de cor,
é no início do Sermão da Montanha.
Os discípulos foram ter com o Senhor Jesus e Ele os instruiu.
Somos nós aqueles que se deixam instruir pelo Senhor Jesus?
E aprendem com Ele?
Deixamos nos instruir pelo que Ele diz e pelo que Ele fez?
Em segundo lugar, somos nós aqueles que seguem realmente o Senhor Jesus?
Jesus chama-nos repetidamente a segui-lo.
Encontramo-lo várias vezes nos Evangelhos, onde o próprio Jesus diz às pessoas, e segue-me.
Lemo-lo no capítulo 21.
O apóstolo Paulo desafia-nos a revelar a mente do Senhor Jesus.
Portanto, isso inclui também seguir.
Pedro está nos conclamando diretamente parem para seguir os seus passos.
Em primeira de Pedro 2.
Assim, temos o claro apelo de seguir o Senhor Jesus como seus discípulos.
Será que o seguimos?
Mostramos o seu espírito?
A sua mansidão?
A sua humildade?
Vivemos assim como Jesus viveu?
E a terceira parte é que um discípulo é também um servo do Senhor Jesus.
Estamos servindo o Senhor Jesus?
Neste sentido, o serviço, é o fato de estarmos à sua disposição.
Para as pequenas e grandes tarefas que Ele nos dá.
Cada um de nós, quer sejamos jovens ou idosos, irmãs ou irmãos, se praticarmos o discipulado,
então aprendemos todos os dias, então seguimos todos os dias, e então servimos o Senhor
Jesus todos os dias.
E o discipulado, aprendemos isso também com a expressão o discípulo a quem Jesus amava
é, antes de mais nada, uma coisa muito pessoal.
Claro que Jesus tinha doze discípulos, e lemos muitas vezes sobre os discípulos no
plural, é uma coisa bonita praticar o discipulado em conjunto, não há dúvida nenhuma quanto
a isso.
Se Deus nos colocou juntos, então praticamos o discipulado juntos, mas neste título que
nos é apresentado esta manhã, o discípulo a quem Jesus amava, aprendemos que não diz
no plural, os discípulos a quem Jesus amava, embora isso também seja verdade, mas no singular,
o discípulo a quem Jesus amava.
Isso também é algo que em primeiro lugar nos diz respeito muito pessoalmente a cada
um de nós.
O discipulado é primeiramente uma coisa pessoal e depois o discipulado torna-se naturalmente
algo coletivo.
O discípulo a quem Jesus amava.
A relação que temos como discípulos com o Senhor Jesus é uma relação de amor, de
amor, e de amor.
É uma das características dessa relação.
Cinco vezes temos essa expressão na Bíblia, lemos estas cinco passagens onde fala a respeito
do discípulo a quem Jesus amava.
E cada vez este discípulo, João, é visto numa atitude ou atividade muito específica.
Talvez tenha reparado nisso durante a leitura.
Em João 13, na primeira passagem, este discípulo está deitado, na segunda passagem, na cruz,
está de pé, na terceira passagem, na manhã da ressurreição, está andando, na quarta
passagem durante a pescaria em João 21, ele reconhece algo e, na última passagem, está
seguindo ao Senhor Jesus.
É interessante.
Assim, cada passagem é marcada por uma característica muito específica.
Volto a repetir.
Ele está deitado, se coloca de pé, anda, reconhece e segue.
Vejamos agora um pouco estas passagens, sem entrar em todos os pormenores.
Em João 13, encontramos a primeira passagem, no versículo 23.
Ora, um de seus discípulos, aquele a quem Jesus amava, estava reclinado no seio de Jesus.
Estamos aqui no cenáculo, naquela última e memorável noite em que Jesus esteve com
os seus discípulos.
Este capítulo começa com as palavras de que Jesus amou os seus que estavam no mundo,
e amou-os até ao fim.
Agora que estão juntos, Jesus está falando com os seus discípulos e é abalado no espírito
e revela aos seus discípulos, vum de voz ad entregarne.
Deve ter sido um choque para os discípulos.
Deve ter sido um susto enorme.
Andavam com o Senhor Jesus há três anos e de repente, o Senhor diz-lhes, vum de voz
ad entregarne.
Este fato deve ter causado horror entre os discípulos.
Mas é claro que também desencadeou a pergunta, em quem é ele?
Isso é óbvio.
Também nós teríamos feito a mesma pergunta imediatamente.
Quem é então, Senhor?
Onze desses doze sabiam que não eram eles e perguntaram a si próprios, em quem seria?
Estavam envergonhados por saberem de quem ele estava a falar.
Sim, quem pergunta agora ao Senhor Jesus?
Quem é que poderia perguntar ao Senhor Jesus?
Há um que pode, e é o discípulo a quem Jesus amava.
João, que está no seio de Jesus, muito próximo do Senhor Jesus.
E então Pedro tem a ideia e diz a João, vei, pergunte você.
Você está mais perto, pergunte logo.
Na verdade, era de se esperar que Pedro tivesse feito a pergunta.
Típico de Pedro, quando queria saber algo, quando queria dizer algo, quando tinha algo
em mente, tinha de o dizer.
Mas aqui é Pedro que percebe, eu não posso fazer a pergunta, não estou assim tão perto
do meu Senhor.
Mas a João, que está muito perto e ele pode fazer a pergunta.
E ele pergunta mesmo.
Ele, encostado ao peito de Jesus, diz-lhe, Senhor, quem é?
E Jesus dá-lhe aquela resposta que não queremos aprofundar agora.
Hoje, o contexto é importante para mim.
E o contexto torna o claro.
O discípulo a quem Jesus amava, o discípulo que desfrutava tão particularmente do amor
do Senhor Jesus por si mesmo, esse estava também em comunhão com o seu Senhor.
Deitou-se ao seu peito, deitou-se no seu seio.
E a expressão no seu peito, significa perto do seu coração.
João ouviu, por assim dizer, o bater do coração do Senhor Jesus.
Estava perto dele e podia fazer esta pergunta.
O que é que nós aprendemos com isto?
Se quisermos ser discípulos que desfrutam conscientemente do amor do Senhor Jesus, então
isso pressupõe que temos comunhão com ele.
Requer que estejamos próximos dele.
Tão próximos que não só ouvimos o que ele diz, mas que ouvimos o bater do coração
do Senhor Jesus, por assim dizer.
Que estejamos tão perto dele que ele nos possa revelar coisas, que reconhecemos ser
coisas que outros não reconhecem dessa forma.
E assim, para nós, a pergunta é, estamos tão pertos do nosso Senhor?
Será que estamos desfrutando da comunhão, da comunhão diária com o nosso Senhor, que
não só ouvimos o que ele diz, mas que sentimos como ele se sente em relação às coisas?
Há muitas questões nas nossas vidas para as quais não encontramos uma resposta direta
na Bíblia.
Há muitas questões bem atuais, para as quais não encontramos uma resposta direta na Bíblia.
Mas se realmente cultivamos a comunhão íntima com o Senhor Jesus, então sentimos qual é
a sua vontade nesta matéria.
Como é que a comunhão se expressa?
Como podemos compreender esta palavra abstrata, comunhão?
O que é que ela significa em termos concretos?
Ter comunhão começa ouvindo a sua palavra, lendo-a e orando.
Temos comunhão quando Deus nos fala através da sua palavra e quando nós lhe falamos através
da oração.
E não se trata da leitura obrigatória da palavra de Deus, talvez de manhã cedo, pelo
menos assim o esperamos, e da oração obrigatória, que faz parte da rotina, mas trata-se de
um contato constante, também ao longo do dia, em que deixamos que as coisas da palavra
de Deus, sem termos de abrir a Bíblia, tenham um efeito sobre nós, em que pensamos numa
palavra de Deus e em que procuramos também o contato, talvez por vezes em orações curtas,
com o Senhor, uma e outra vez.
Isso é comunhão.
Vamos aprender com este discípulo João de ficarmos perto do Nosso Senhor, no seu seio,
a ouvir o bater do seu coração e a ter uma verdadeira comunhão com ele.
E depois vemos que Pedro não se opõe a João.
Este é também um lindo pensamento.
Ele não tinha inveja de João.
Pedro não pensou, não, não vou perguntar ao João.
Ele está perto, mas perguntar-lhe a ele revelaria a minha própria fraqueza.
Não, não lhe vou perguntar.
Não, ao contrário, Pedro não tem inveja de João.
Ele lhe pergunta.
A segunda passagem encontra-se em João 19, e é uma cena muito especial.
Aí vemos João de pé.
Jesus está pendurado na cruz.
Estão ali a sua mãe, a irmã da sua mãe, Maria, mulher de clopas, e Maria Madalena.
E logo lemos o quando Jesus viu a sua mãe.
Só temos de imaginar esta cena muito brevemente, mesmo que não faça parte do tópico agora,
mas é bem comovente.
Aí o filho está pendurado numa cruz e vê a sua mãe.
O que é que a mãe deve ter sentido?
Algumas entre nós são mães que têm filhos.
Podem colocar-se na situação dela ainda melhor do que um pai, mas um pai talvez também
possa imaginar um pouco essa aflição.
Imaginem o seu filho, o filho que só lhes trouxe alegria, pendurado numa cruz.
Sangrento, cheio de dor, cheio de sofrimento.
E vocês estão ali, vendo.
Maria está ali.
Ela vê isto.
Uma espada traspassa-lhe a alma, tal como Simão tinha previsto.
Mas ela não está sozinha.
O discípulo a quem Jesus amava está com ela.
O discípulo está de pé perto da cruz.
Isso não era sem perigo.
Antes disso, os discípulos todos deram no pé, fugindo, porque tinham medo, claro.
Mas João tinha ido para o pátio com Pedro.
Depois veio esta história com Pedro.
Nós sabêmo-lo.
Pedro saiu.
E João é o único que está aqui junto da cruz.
Ele foi atraído para onde o seu mestre estava dando a vida.
E sabem, tem nisso uma simples lição para nós.
Discípulos que usufruem tanto do amor do Senhor Jesus, sempre de novo vão até a cruz.
Sempre de novo se colocam de pé junto da cruz.
Olhamos para trás, para o Golgotha.
Aquele lugar onde o Senhor Jesus sofreu tanto.
Aquele lugar onde o Salvador deu a sua vida.
Aquele lugar onde ele glorificou a Deus de uma forma única.
É para lá que vamos uma e outra vez.
E é aí que ficamos de pé, parados.
Sabem, a Bíblia fala algumas vezes sobre aqueles que passavam por ali.
Aquele que passavam por ali, eles blasfemavam.
Aquele Simão, que tinha de carregar a cruz, também era um que passava por perto.
Mas João não passou.
João ficou ali de pé.
Digam-me, o que é que fazemos com a cruz do nosso Salvador?
Também passamos por ela?
Olhamos para ela por um momento?
E depois seguimos em frente?
Ou paramos mesmo ali de forma bem consciente?
Paremos sempre de novo.
E olhamos.
A Epístola aos Hebreus nos conclama a considerá-lo.
Considerai, pois, aquele, que suportou tais contradições dos pecadores contra si mesmo.
Assim diz Hebreus 12, versículo 3.
Considerar significa olhar de perto.
Não apenas olhar de relance.
Estamos habituados a isso hoje em dia no nosso mundo imediatista, em que só olhamos para
tudo muito rapidamente.
Tudo tem de ser feito num instante.
Sempre depressa.
Não.
O discípulo a quem Jesus amava parou.
Ele olha com atenção.
E se queremos ser discípulos que desfrutam do amor do Senhor Jesus, então olhemos atentamente
para o que aconteceu na cruz.
Contemplamos o Nosso Senhor na cruz.
Sabem, Jesus não nos deu quaisquer instruções pormenorizadas sobre a forma de como celebrar
o dia do Senhor, o domingo.
Ele diz que, todas as vezes que o fizéssemos isso, o partir do pão e o beber do cálice,
que todas as vezes estaríamos proclamando a morte do Senhor.
Não nos diz por quanto tempo devemos nos reunir.
Se são dez minutos, meia hora, uma hora ou duas horas, ele não o diz.
Mas penso que é um bom hábito reservarmos algum tempo no domingo de manhã, quando possível,
ou em outro momento no domingo.
Mais uma vez, não há referência direta na Bíblia.
Mas quando tivermos o nosso ouvido perto do Nosso Senhor, encontramos tempo para isso.
Isso é bom.
É para isso que o contemplamos juntos.
Mas também gostaria de dizer que não é apenas esta hora da semana, que devemos contemplar
a Ele.
Não é apenas no domingo de manhã quando proclamamos a morte de Nosso Senhor, que vamos
à cruz.
Considerem isto.
Isso não se refere apenas ao domingo de manhã.
Claro que também, mas não só.
Não, também durante a nossa vida cotidiana, no nosso curso normal de vida, deve haver
sempre situações em que ficamos em paz e tranquilos, para olharmos para o que aconteceu
na cruz.
Esta obra é única, é incomparável e singular o que o Filho de Deus realizou.
João ficou aguardando, contemplando.
Levantemo-nos também e olhemos uma e outra vez para o Senhor.
Contemplemo-lo tal como estava na cruz.
Agora chegamos à terceira passagem.
E aí vemos como este João está andando.
Lemos que isso foi na manhã da ressurreição.
As mulheres vão ao túmulo e veem que a pedra foi removida.
E depois vão ter com Simão Pedro, que é mencionado em primeiro lugar, e com outro
discípulo a quem Jesus amava.
E contam o que aconteceu.
E daí diz que Pedro saiu e o outro discípulo, que é João, e foram juntos ao sepulcro.
Depois diz, que os dois andavam juntos.
E não estavam apenas andando, mas estavam correndo, estavam andando o mais depressa
possível.
E os dois correram juntos, mas o outro discípulo correu mais depressa do que Pedro e chegou
primeiro ao túmulo.
Sim, suspeitamos o porquê Pedro não ser o primeiro neste caso, como era de costume.
Imaginamos o porquê João ter corrido mais depressa.
Não penso que era somente porque João fosse mais novo do que Pedro.
É muito provável que o fosse.
João foi, provavelmente, o mais novo dos discípulos.
É interessante, aliás, que o mais novo dos discípulos seja aquele que tem este título,
o discípulo a quem Jesus amava.
Mas aqui João não está correndo mais depressa porque era mais novo.
João está correndo mais depressa, porque tinha a consciência tranquila.
Já Pedro, só podemos imaginar isso sem afirmá-lo, embora a probabilidade seja muito alta, Pedro
corre mais devagar, porque havia algo no seu coração, na sua alma, que o impedia.
Pedro tinha negado o Senhor, e a conversa esclarecedora entre o Senhor e Pedro ainda
não tinha tido lugar e, por isso, Pedro provavelmente corria mais devagar.
Mas o discípulo a quem Jesus ama, esse corre depressa.
Sabe, a vida de um cristão por vezes é comparada a uma corrida de fé.
A própria Bíblia usa este exemplo.
Não se trata apenas de um passeio por esta terra.
A vida cristã não é um passeio sem pressa, mas é uma corrida.
Corramos com perseverança, assim nos diz a Epístola aos Hebreus, novamente no capítulo
12, no mesmo capítulo que acabamos de ler, onde se diz Inconsiderai pois aquele.
Corramos a corrida da fé com perseverança, olhando para Jesus, autor e consumador da
fé.
João corre com alegria, corre com força, porque ele tem a consciência tranquila.
Já Pedro corre bem mais lento.
Como é que corremos?
Ainda estamos pelo menos correndo?
Ou será que só andamos?
Ou será que, como cristãos, estamos até mesmo nos arrastando apenas após o Nosso
Senhor?
Não, queremos deixar que João nos ensine para corrermos com alegria, com força, com
dinamismo.
Vale a pena correr esta corrida.
O que é que Paulo diz em Filipenses 3 nos versículos 13 e 14?
Mais uma coisa faço, e é que, esquecendo-me das coisas que atrás ficam, e avançando
para as que estão diante de mim, prossigo para o alvo, pelo prêmio da soberana vocação
de Deus em Cristo Jesus.
A quarta passagem que lemos no capítulo 21 mostra-nos o discípulo a quem Jesus amava
como alguém que tem conhecimento ou inteligência espiritual.
Conhecemos a história da pesca dos discípulos.
Sete discípulos foram para o lago, e Pedro é o primeiro a dizer, gente, vamos pescar.
O porquê ele ter dito isso, nós não sabemos realmente.
Eles não tinham qualquer missão ou ordem para isso.
Vão pescar e não apanham nada nessa noite.
Chegam à praia frustrados e desiludidos e então vem o Senhor Jesus de pé na praia.
É bonito de se ver, embora os discípulos tenham feito algo que em si não era mal.
É claro que ir pescar não é pecado, mas naquele momento eles não tinham uma comissão
do Senhor para irem pescar.
Tinham que esperar por ele na Galileia.
Mas bem, eles estão no lago, estão desapontados e voltam de manhã cedo, e então Jesus está
ali na margem.
Que maravilha!
O Senhor não os perdeu de vista, ele os observou de perto.
E então lhes pergunta, me filhos, tendes alguma coisa de comer?
Eles não o reconhecem, têm os olhos como vedados, e a resposta dos discípulos é relativamente
curta e grossa.
Dizem simplesmente que não.
Isso soa um pouco rude, embora a pergunta do Senhor Jesus tenha sido feita de forma
gentil.
Mas a resposta deles soa rude, e depois vem a ordem, lançaia a rede para o lado direito
do barco e encontrareis.
Na verdade, essa ordem era completamente contrária à lógica dos pescadores.
Provavelmente, os pescadores lançavam as suas redes do lado esquerdo.
Não sei dizer exatamente o porquê, mas parece ter sido assim.
E, além disso, a hora do dia em que foram chamados agora para lançarem as redes era
bastante incomum.
Costumavam lançar as redes à noite, quando os peixes estavam nas partes menos profundas
do mar da Galileia e não quando era já de dia e os peixes tinham voltado para as profundezas.
Contudo eles fazem o que Jesus dizia, e a rede fica cheia de peixes de tal forma, que
já não a conseguem puxar.
E agora o discípulo a quem Jesus amava chega a uma conclusão.
O discípulo a quem Jesus amava diz a Pedro, vê o Senhor.
É bonito, não é?
João é o primeiro a perceber-se do que se está passando ali.
João é o primeiro a abrir os olhos.
Mais uma vez repito que João era o mais novo deles.
Podemos concluir isso pelo fato dele ter vivido durante muito tempo até perto do ano 100
depois de Cristo, quando escreveu o Apocalipse como o último dos seus livros.
Ele é o primeiro a reconhecer que este é o Senhor.
Amado, um discípulo que desfruta do amor do Senhor Jesus tem uma percepção pelo que
Jesus revela de si mesmo nas circunstâncias da vida.
Quantas vezes nos sentimos como os discípulos.
Colocamos-nos a nós mesmos numa situação complicada.
E mais uma vez repito, não precisa ser de uma forma má ou pecaminosa, mas nos colocamos
numa situação em que não reconhecemos o Senhor.
Uma situação na qual perguntamos, o Senhor, onde estás?
E então o discípulo a quem Jesus amava está lá, e ele é o primeiro a perceber de que
aquele lá na praia é o Senhor e o dá a conhecer.
João ajuda os outros.
João guarda esse conhecimento para si, mas compartilha-o com Simão Pedro e diz, vê
ao Senhor.
E Pedro reage à sua maneira, salta para dentro da água e dirige-se para a margem, nadando.
João reage à sua maneira e vem para a praia com os outros no barco.
A propósito, poder-se-ia perguntar em quem é que fez bem e quem é que fez mal.
Pedro, que saltou impulsivamente na água e nadou, ou os outros que chegaram à praia
de barco.
Quem é que fez certo?
O que vocês acham?
A resposta é, ambos fizeram bem, cada um à sua maneira.
Pedro, à sua maneira, e agiu corretamente e era típico dele que o tenha feito dessa
forma.
João, com os outros, agiram à maneira deles, mas igualmente certo.
Pedro entra impulsivamente na água e vai imediatamente ter com o Senhor.
Os outros eram responsáveis pelo barco, responsáveis pelos peixes.
Se todos tivessem deixado o barco sozinho, ele teria ficado à deriva.
Não, eles sentem a responsabilidade, fazem-no à sua maneira.
Ser discípulo, ser um seguidor também tem sempre um lado individual.
Mas voltando a João.
Ele reconhece o Senhor.
Somos nós discípulos do Senhor que reconhecemos o Senhor nas circunstâncias?
E somos então aqueles que também compartilham isso com os outros?
E, a propósito, os outros não disseram, João, você está louco, aquele não é o
Senhor.
Nós não conhecemos o homem que está ali.
Não, eles o aceitam.
Eles imediatamente acatam o que João diz.
E eles imediatamente chegam à conclusão, sim, João está certo.
Chegamos à última passagem ida no capítulo 21.
Este final do Evangelho, aliás, ele é um final muito especial deste Evangelho de João,
onde encontramos esta ordem a Pedro, segue-me.
Que depois é repetida de forma mais enfática no versículo 22, e segue-me tu.
Pedro recebe a incumbência de seguir o Senhor.
Antes disso, a propósito, o Senhor fez a Pedro esta pergunta séria, amas-me?
Isso também vai ao encontro do nosso tema.
Amas-me?
Sim, nós pensamos com prazer e com razão no fato de que Jesus nos ama, pensamos no
discípulo a quem Jesus ama.
Essa questão, é importante, sim, pensarmos no amor do Senhor por nós, mas é claro que
o Senhor também nos faz a pergunta ao contrário, tanto a ti quanto a mim, amas-me?
Agora contudo ele diz a Pedro, segue-me.
E logo Pedro vê seguindo aquele discípulo a quem Jesus amava.
Lembra-se do que dissemos no início sobre o discipulado?
Um terço do discipulado é o seguir.
E aqui vemos João seguindo o Senhor Jesus.
E guiado pelo Espírito Santo, o escritor, o próprio João, recorda mais uma vez aquela
ceia em que ele se tinha apoiado no peito do Senhor.
Aquele momento era o primeiro em que esse título ocorre, do discípulo a quem Jesus
amava.
Agora volta a recordar-nos, no fim, que aquele discípulo que seguia Jesus era aquele a quem
Jesus amava.
Quase parece que João nem precisou do convite, segue-me.
E logo em seguida outra vez, lhe segue-me tu.
João o seguiu, não precisou da ordem.
Pedro precisou desse convite duas vezes, lhe segue-me.
E, lhe segue-me tu.
João não precisou desse convite, ele simplesmente o seguiu.
Diz aqui de forma muito simples, Pedro, voltando-se, viu que o seguia aquele discípulo a quem Jesus
amava.
Quando estamos debaixo dos raios calorosos do amor do Nosso Senhor, então é muito natural,
muito normal que sigamos o Nosso Senhor.
Então não precisamos daquele convite especial.
Queremos brevemente resumir e colocar tudo isso sobre o nosso coração, para depois
refletirmos sobre isso novamente em casa.
O discípulo a quem Jesus ama tem comunhão com o Senhor.
Ele tem contato íntimo com o Senhor e fica sabendo coisas que os outros não ficam sabendo.
O discípulo a quem Jesus ama vai sempre de novo até a cruz, e contempla o Salvador moribundo,
sofredor e amoroso.
O discípulo amado por Jesus, é também aquele que corre, que leva uma vida cristã forte
e dinâmica, que se coloca em uma corrida com uma meta.
O discípulo a quem Jesus ama tem uma percepção para reconhecer o Senhor nas circunstâncias.
Ele reconhece, vê o Senhor.
E o discípulo a quem Jesus ama é também aquele que segue o Senhor, que segue o Senhor
Jesus.
O que iremos nós aprender com este discípulo a quem Jesus amava, com João?
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